Bruno,
Primeiro quero que saiba que sinto falta, muita falta... E peço desculpa se sumi, não penses que me esqueci de ti, apenas não tinha inspiração alguma para escrever, e quando tinha não podia.
Estou anestesiada, todos esses dias, as férias, as doenças, os remédios, o ar... Tudo me adoece.
Sei que pareço confusa, e realmente estou. E se não consigo escrever o que realmente sinto agora, é pq ainda não pude entender o que é esse sentimento, ou esses sentimentos [eu já não sei mais do que se trata].
Escrevo-te com a pouca força que me resta nessa noite de terça-feira, a semana acaba de começar e eu já estou morrendo...
Estou ouvindo Joplin, é impressionante como ela é linda. É dona de uma voz que me entorpece, me alivia e me sufoca.
Sinto uma certa dificuldade em respirar, tudo está tão mais pesado hoje. Meus braços já não têm muita força e é com grande esforço que te escrevo essas palavras confusas, frases soltas, repletas de indecisões, medo, angústia e liberdade.
Isso tudo me é muito confuso, me sinto mal, mas percebo que gosto muito de me encontrar nesse estado. É tão belo. Tenho a sensação de que não estou dentro de mim, e é apenas nesses momentos que sinto verdadeiramente, sinto tudo.
Sinto a música de Joplin, sinto a água. Sim, eu sinto.
Queria não está me sentindo assim, pq sei no que isso vai dá [uma crise] sei que vou sair correndo atrás dos remédios. Mas não posso negar, isso está sendo bom.
Anestesiada é como estou.
Isso é algo bom de sentir.
Vou aproveitar o momento.
Isso é algo bom de sentir.
Vou aproveitar o momento.
Sinto vontade de apenas deitar no chão e olhar as estrelas, ou o nada, apenas deitar e olhar, mas não quero olhar as coisas, quero olhar através das coisas, quero senti-las como são na sua essência... Já desejou algo assim, Bruno?
É como se eu estivesse flutuando, apesar de está quase caindo da cadeira e de sentir um peso imenso nos meus braços e ombros.
De repente sou mais leve do que uma pena. Sou levada pelas oscilações que a tua respiração faz no ar. Brinco com os fios de cabelo. Ainda sentada na cadeira, fecho os olhos e danço com a parte superior do corpo. Sinto vento, sinto as flores. E essa voz me droga... Minha nóia.
De repente sou mais leve do que uma pena. Sou levada pelas oscilações que a tua respiração faz no ar. Brinco com os fios de cabelo. Ainda sentada na cadeira, fecho os olhos e danço com a parte superior do corpo. Sinto vento, sinto as flores. E essa voz me droga... Minha nóia.
Não consigo escrever mais nada, apesar de sentir uma vontade imensa de dividir minhas sensações contigo.
Só saiba que é bom e ruim. Me sinto cheia demais, prestes a explodir mas também sou tão vazia, tão cheia de nada. Sim, é isso. Estou cheia de um vazio interminável...
Sabe Bruno, sei que estou sendo muito egoísta, mas não tenho culpa se nasci humana, peço desculpas por tamanho egoísmo, por estar sempre falando dos meus problemas, dos meus sentimentos, mas é que você é o único com quem consigo falar.
Prometo que qualquer dia apareço de malas feitas na tua casa, te roubo e então sairemos juntos por aí, pelo vento, e pediremos caronas nas beiras de estradas, dormirei sobre teu peito, cantaremos, falaremos de tudo, mesmo quando houve apenas olhares...
Ai garoto, ainda não percebeu o bem que me faz? És a coisa mais linda que conheço. E sim, e por pertencer a essa espécie tão comum e medíocre é que não te dividirei com ninguém. Não dividirei sequer um sorriso teu. Tenho medo de te perder como já perdi alguém... Você é o meu tesouro secreto, te levo no mais íntimo do meu coração.
Ai garoto, ainda não percebeu o bem que me faz? És a coisa mais linda que conheço. E sim, e por pertencer a essa espécie tão comum e medíocre é que não te dividirei com ninguém. Não dividirei sequer um sorriso teu. Tenho medo de te perder como já perdi alguém... Você é o meu tesouro secreto, te levo no mais íntimo do meu coração.
É minha maior droga...
"And I've been loving you babe.
In my brain, oh I can see your face again"
Bjus de quem te sente em cada respiração.
Anne.